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Só para assinantes Assine UOL Opinião A tarde em que Flamengo e Palmeiras exaltaram como o Brasileirão é gigante Yara Fantoni Colunista do UOL 19/10/2025 18h11 Deixe seu comentário Carregando player de áudio Ler resumo da notícia Eu estive no Maracanã. Vi, ouvi, senti. E saí com a certeza de que Flamengo 3 x 2 Palmeiras foi daqueles jogos que justificam todo o resto, as filas, o barulho, as discussões táticas, a ansiedade da véspera. O primeiro tempo do Palmeiras foi até de domínio com intensidade, encaixes bem trabalhados, saída limpa, pressão no pós-perda e uma ocupação de espaços que fez o Flamengo se olhar no espelho. Faltou só a implacabilidade na área para aproveitar mais chances, fez um gol apenas com cabeceio de Vitor Roque quando conseguiu empatar. Do outro lado, o Flamengo foi a síntese da palavra "letal". Em noites assim, o time não precisa de 15 chegadas; precisa de duas ou três com gente grande na bola. Pedro jogou como 9 que guarda o mapa do gol no bolso: pivô, tempo, frieza. Arrascaeta foi o relógio suíço do caos: escolheu o passe certo, o giro, o toque que abre cortina. Quando a partida virou emoção pura, o uruguaio ditou a trilha sonora; quando pediu a bola, Pedro serviu. O Maracanã respondeu como um organismo vivo, pois você sente o estádio respirar quando a dupla decide. Taticamente, a história teve suas curvas. O Palmeiras dominou a faixa central no início, aproximando meias e laterais por dentro, atraindo a pressão rubro-negra e invertendo rápido para chegar à última linha. O Flamengo, mais paciente, aceitou sofrer para recuperar curto e acelerar com triângulos por dentro, sempre à procura do último passe de Arrascaeta ou da parede de Pedro. Quando os espaços afunilaram, o pênalti de Fuchs em Pedro possibilitou a vantagem do Flamengo com Jorginho. E ainda teve tempo para Arrasca servir Pedro e o terceiro sair no primeiro tempo. Milly Lacombe Flamengo teve mais talento que Palmeiras Yara Fantoni Flamengo x Palmeiras justifica todo o resto Raquel Landim Carlos Bolsonaro complica alianças eleitorais em SC Elio Gaspari Lula sai das cordas e volta a ser favorito para 2026 O roteiro não premiou quem foi melhor o tempo todo; premiou quem foi mais decisivo nos momentos-chave. E é aí que mora a diferença das noites grandes: Palmeiras competitivo, convicto e teimoso (no melhor sentido), com Gómez comandando a última fronteira de esperança com um 3 a 2 nos instantes finais. Vitor Roque merece destaque pela luta em campo; Flamengo cirúrgico, experiente, com seus líderes fazendo pesar a camisa quando a bola ficou quente. Saí do Maracanã com a impressão de que o Brasileirão ganhou mais do que três pontos para um lado: ganhou narrativa. Os dois confirmaram status de protagonistas. O Palmeiras mostrou um primeiro tempo que cabe no curso "como controlar um gigante no seu estádio"; o Flamengo lembrou que, no Brasil, decisão individual e leitura de jogo ainda valem títulos. Se o campeonato é maratona, essa noite foi sprint de elite. E eu posso dizer: eu estava lá. Opinião Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados. ** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL. Comunicar erro Deixe seu comentário Veja também Deixe seu comentário O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL. UOL Flash Acesse o UOL Flash Receba novos posts de Yara Fantoni por email Informe seu email Quero receber As mais lidas agora Flamengo vence Palmeiras com brilho de Pedro e ajuda da arbitragem Flamengo letal vence Palmeiras e aquece de vez briga pelo título brasileiro Flamengo vence com erros da defesa do Palmeiras, que jogou bem no Maracanã Flamengo aproveita erros graves do Palmeiras e mantém tabu histórico Lucas volta ao time titular do São Paulo contra o Mirassol; veja escalações