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Flamengo e Cruzeiro provaram hoje que pode haver empate em 0 a 0 intenso e de alto nível. Mesmo sem uma saraivada de chances, as duas equipes mostraram por que brigam pelo título ao lado do Palmeiras. O Cabuloso conseguiu segurar a pressão rubro-negra até depois da ingênua expulsão de William, aos 37 do segundo tempo. Um dos momentos mais louváveis, porém, talvez tenha vindo de fora do campo. Na entrevista pós jogo, o goleiro Cássio louvou a arbitragem. Depois de uma quarta-feira medonha no apito e no VAR, é quase chocante assistir a um atleta elogiar o juiz — especialmente um que deu vermelho para um de seus colegas. Ramon Abatti Abel fez tudo o que os companheiros de profissão não conseguiram ontem. Controlou os ânimos (chegou a distribuir quatro amarelos em 9 minutos, na etapa inicial), acertou os lances mais difíceis e não precisou se submeter aos caprichos da cabine de vídeo. Em uma partida dura, marcou 35 faltas, distribuiu oito cartões amarelos e um vermelho. Sem drama. Minha amiga Milly Lacombe costuma repetir que o rumo da arbitragem no Brasil só mudará quando os vencedores começarem a reclamar. Quando os beneficiados pelos erros os apontarem e lastimarem. Enquanto o olhar for individualista e persecutório, não chegaremos a lugar algum. E este é o caminho que a maioria dos clubes vem tomando. Com 4 pontos conquistados contra o Flamengo no Brasileirão, o Cruzeiro saiu bem do Maracanã. O experiente Cássio aproveitou o momento para fazer algo cada vez mais difícil: falar bem do juiz, sem ressalvas. Talvez haja alguma esperança na turma do apito brasileira. Se a CBF resolver se importar com o assunto. Siga Alicia Klein no Se inscreva no canal de Alicia Klein e Milly Lacombe no Assine a